Em movimentos suaves uma borboleta emanando uma luz branca bate suas asas no aparente vazio. Seguindo seus movimentos os olhos de um felino acompanham suas ações sem esboçar qualquer reação a sua presença. Em pouco tempo os paços delicados de uma aranha passam a fazer companhia a ele com igual falta reação. Ambos não sentiam a necessidade de agir frente à existência que fluía livremente em direção a uma esfera vermelha.
Sem dificuldades a borboleta adentra o objeto passando a iluminar o seu interior e mostrando a silhueta de um ser transpassado por diversos fios de espessura menor que a de um cabelo. Quando o inseto atinge interior da criatura perfurada, sua luz desaparece. Neste exato momento uma dor aguda é sentida por todos as criaturas - com exceção da borboleta que é externa a este mundo - e antes que qualquer um pudesse ter consciência do que estava acontecendo, a dor ganha uma proporção dilacerante. Este sentimento dura a eternidade que o fio, que a borboleta agora carrega, leva para separar-se do habitante da esfera.
Subtamente Drocell e Domenique aparecem ao lado de Sussurro e Miho, igualmente sem vontade de reagir. Mesmo não compreendendo, aceitam a dor enquanto observam o fruto de uma criação alheia carregando um fio; que assim que perde o contato com a estera toma a forma de uma pérola.
Pouco a pouco mais algumas criaturas apareciam e a única coisa que conseguiam fazer era assistir a borboleta e a pérola sumirem no horizonte do nada...
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