...

Um diamante bruto, quando lapdado, tornar-se-á entediante rápidamente.

Desconstruindo a Ordem

Uma espada? Uma boneca movida a cora, uma feita de porcelana e outra de pano. A marionete que só se movimenta quando são controlados os fios de sua vida. O fantoche que acorda quando seu coração, a engrenagem nas mãos de seu mestre é recolocada. Uma bailarina que dança somente ao som de sua própria música. Um gato de pelúcia, mais silencioso que um sussurro...

O que iniciou-se com uma prateleira rapidamente virou uma estante, depois duas e por fim a terceira e supostamente a ultima; agora tomadas por brinquedos dos mais variados. Brinquedos antigos e já inventados, brinquedos novos sendo imaginados e outros nem se quer idealizados ainda podiam ser encontrados neste ambiente circular iluminado por velas de uma incandecência singular.

O silêncio deixou de existir, mas não havia barulho ou ruído. O lugar era embalado por uma melodia que regia a harmonia no local; e sob suas notas a vida desses objetos corria livre, com quase todos os direitos por ela concedidos. Amor, ódio, afetos, desafetos, frustrações, realizações, felicidades, tristezas...infindáveis consequencias de cada ato, de cada ser...

Sobre o candelabro preso ao této, a presença de um ser era ignorada por muitos e observada por poucos, em especial por uma certa boneca. O observado, despreocupadamente assistia a um trenzinho, movido a vapor, cujos trilhos percorriam diversos cantos do ambiente. Ao seu lado uma fenda dimensional é aberta e um coelho humanóide com trajes sociais surge por ela e com a mesma formalidade que suas roupas prestou reverencia.

- Mestre.

Nenhuma palavra; apenas um envelope é retirado de seu casaco e entregue ao coelho, que rapidamente voltou para a fenda que fechou-se em seguida. Deixando seu Senhor a observar seu pequeno trem incansável.


.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meus codiais agradecimentos aos elogios e críticas acima contidos.